Caro Irmão Robinson,
Se ainda pudesses ouvir, te diria:
De quanto o Senhor te usou como benção na minha vida.
Em 1973 eu chegava a ABU, confuso e atordoado – - -
com as múltiplas demandas da vida de jovem adulto – - -
com a mente desorientada pelos sinais conflitantes da igreja e sociedade – - -
sob a ditadura militar – - – que propagava injustiça e terror – - -
com a igreja – - – voltada apenas ao evangelismo – - -
Foi numa das reuniões da terças na sala da ABU em Recife que te ouvi pela primeira vez.
Ouvi tua mensagem coerente de esperança:
não apenas na luta contra as injustiças da ditadura – - -
não apenas na rejeição da sociedade secular – - -
mas
na visão de um evangelho transformador – - -
da missão integral da igreja – - -
com base nas escrituras – - -
dentro de uma fundamentação e realidade histórica da reforma protestante – - -
Não precisou muito: os pontos estavam conectados.
Renovei meus votos de dedicação ao Senhor – - – E entrei na luta com grande confiança.
Ao me graduar encorajaste os formandos da ABU de 1975 a começar a Aliança Bíblica Profissional. Com o teu apoio aceitei relutatmente ser o primeiro presidente do grupo em Recife. Quanto apredemos – - – com tua contribuição
Depois veio o Partido Cristão Democrático de Centro – - – a criação do primeiro comitê do Partido Popular em Recife. Os artigos inspiradores no Jornal do Comercio, as muitas palestras e chamados ao engajamento socio-politico
Lembro quando ajudastes me a escreve um manifesto dos funcionários Cristãos da CHESF contra a participação incondicional nas demonstrações de greve geral, e que convidava a uma refleção mais profunda do contexto social-economico-politico.
Após isto imigramos para os Estados Unidos e perdemos contatos – embora sempre li com grande interesse e edificação teus artigos no Ultimato.
Tua influencia, contudo, e palavras de encorajamento e visão do Reino sempre permaneceram comigo, dando forma as minhas decisões na vida.
Choro a tua partida precoce, mas meu coração regozija de louvor ao Senhor pela tua vida.
Que benção que partiste juntos com a tua amada e fiel Miriam.
Um dia iremos recordar tudo de bom – tudo que foi redimido pelo poder do evangelho pelo qual lutastes como poucos – e com uma consistência e dons dados pelo Espírito do Santo.
E nesta esperança continuamos.
Maranata! Vem Senhor Jesus.
Do teu irmão Paulo F Ribeiro (que carinhosamente sempre chamavas de Paulinho)
Eindhoven, Holanda
Dom Edward ROBINSON de Barros CAVALCANTI: Biogarafia Rara
Dom Edward ROBINSON de Barros CAVALCANTI, nasceu no Recife-PE, em 21 de Junho de 1944. Aos três anos de idade se mudou para a cidade de União dos Palmares, em Alagoas, onde estudou até o Curso Ginasial, onde seu pai, Edward Lopes Cavalcanti, era empresário e político, e onde participou, como criança e adolescente da Paróquia de Santa Maria Madalena, e da política estudantil. Nessa época passou, ocasionalmente, a freqüentar sessões kardecistas (religião da família do seu pai) e a ser evangelizado por amigos evangélicos.Em 1960 foi para o internato do Colégio Evangélico Presbiteriano XV de Novembro, em Garanhuns-PE, fazer o 1º ano do 2º grau. Em 21 de abril daquele ano aceitou a Jesus Cristo como único Senhor e Salvador. Em 1961 regressou ao Recife, para viver com seus avós paternos, e continuar o seus estudos no Colégio Nóbrega, – católicos jesuítas- onde se envolve com estudos teológicos de cunho católico.
No início de 1962 desvincula-se da Igreja Romana e do Espiritismo Kardecista e concluiu o Curso Clássico e o Curso de Língua e Cultura Hispânica. Em 31 de outubro de 1963 (Dia da Reforma) foi confirmado na Igreja Evangélica Luterana do Brasil.
De 1963 a 1966 cursou Licenciatura em Ciências Sociais na Universidade Católica de Pernambuco (dos Jesuítas), e Língua Inglesa, na Sociedade Cultural Brasil-EEUU. De 1963 a 1967 cursou, simultaneamente, o Bacharelado em Direito na Universidade Federal de Pernambuco, participou da política estudantil, integrando o Diretório Acadêmico“Demócrito de Souza Filho”, da Faculdade de Direito, e do Teatro Universitário. Ingressou na ABU (Aliança Bíblica Universitária).
Fez estágio no Departamento de Ciências Sociais da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.Iniciou sua vida como Advogado, Assessor da ABU (10 anos) e professor nos Colégios Agnes Erskine (Presbiteriano), Americano Batista e Sagrado Coração Eucarístico de Jesus. Optou pela carreira universitária, como professor de Ciência Política, na Faculdade de Filosofia do Recife (FAFIRE, das Irmãs de Santa Dorotéia), Seminário Presbiteriano do Norte, Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
Em 1974-1975 cursou o Mestrado em Ciência Política no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, da Universidade Cândido Mendes, defendendo (como denominada então), a tese: ”Alagoas – a Guarda Nacional e as Origens do Coronelismo”. Foi Evangelista e Candidato ao Ministério na IELB.Participou da fundação (1970) da Fraternidade Teológica Latino-americana (FTL), onde integrou, por sete anos, a sua Comissão Executiva. Integrou, também, a Comissão de Convocação do Congresso de Lausanne (1974), e a Comissão de Lausanne para a Evangelização Mundial (LCWE), por quatro anos, bem como a Comissão Teológica da Aliança Evangélica Mundial (LCWE), na Unidade “Ética e Sociedade”.
Filiou-se aos Gideões Internacionais e ao Rotary Club. Passou a colaborar como articulista na imprensa escrita. Por 10 anos escreveu a coluna dominical “Evangelismo” no Jornal do Commércio, e, por dois anos a coluna “Panorama Evangélico”, do Diário da Noite. Escreveu, por cinco anos, para a revista Kerygma (São Paulo), e foi o mais antigo colaborador da revista Ultimato.
Foi presidente da ASAS, ONG de apoio aos portadores de HIV/AIDS. Participou da campanha do “Parlamentarismo” e da campanha pelo “Fora Collor”. Por cinco anos, integrou o NIES – Núcleo Interdisciplinar de Estudo sobre a Sexualidade da UFPE, participando de debates sobre o tema em várias instituições, inclusive defendendo, como convidado, a posição ortodoxa da Igreja, na Semana Cultural do “V Congresso Brasileiro de Homossexuais”. Compatibilizando a defesa da Ética Bíblica com a defesa da Cidadania, integrou o grupo de pastores evangélicos que subscreveu o manifesto de apoio a Emenda Marta Suplicy (direitos patrimoniais e previdenciários). Definindo-se como um democrata, nacionalista, federalista, regionalista, municipalista, parlamentarista, defensor de uma Sociedade Solidária e de uma Economia pós-Capitalista, inspirada nos valores judaico-cristãos, participou de um sem número de movimentos em defesa da Justiça Social, sempre encarando tal participação como expressão de um ministério profético.
Ao todo são mais de 1.000 artigos sobre Teologia e Ciência Política, publicados no Brasil e no Exterior. Atuou, também, na rádio e na televisão, em programas religiosos e políticos, passando a dar conferências no país e no exterior, principalmente na área de Ética Social. Como convidado do Governo, pregou no Culto Semanal dos Deputados, na Capela do Parlamento da Suécia.
Foi candidato a Deputado Estadual, em 1982, pela oposição ao Regime Militar (e membro do Diretório Municipal do PMDB do Recife), e participou das campanhas pela Anistia e pelas ‘Diretas Já’.